Enquanto as principais pesquisas indicam, há anos, que as classes C e D são as mais vulneráveis a quadros de depressão e ansiedade, são elas que seguem com menor acesso a qualquer tipo de tratamento. Na pandemia, o percentual de pessoas diagnosticadas como depressivas ou ansiosas, no mínimo, dobrou, e a maioria segue sem informações ou formas de combate.

Diante desse cenário, a psicóloga Eliane de Almeida, celebrada no meio como a criadora da Fórmula Psíquica, estreia na literatura com Inteligência Curativa, onde promove uma jornada de autoconhecimento, uma inovadora abordagem de autoterapia e a pavimentação para um caminho de cura. Assim, democratiza as principais ferramentas da psicologia e da terapia ao transgredir as paredes do consultório, restrito geralmente somente às camadas socialmente favorecidas.

Contrariando o rótulo inicial de autoajuda – vide a natureza de busca por felicidade e amor-próprio inerentes ao gênero -, Inteligência Curativa parte de um estudo, pesquisa e experiência acumulados ao longo de mais de quatro décadas voltadas ao atendimento clínico, sendo metade desse período à frente da Psicologia da Unidade Integrada de Saúde Mental do Hospital das Forças Armadas (HFA).

De maneira inédita, Eliane se coloca uma escritora capaz de falar e conversar com o leitor, “aquela conversa secreta, que só seu travesseiro conhece”, e nos convida a imaginar que o livro te escuta. Essa é a mágica de Inteligência Curativa, que traz relatos pessoais, um resgate da autoestima e uma real possibilidade de deixarmos a dor no peito, a garganta sufocada e noites mal dormidas para trás. O pior da pandemia talvez esteja dentro de nós, mas na mesma medida que a nossa capacidade de cura. E é justamente o que Eliane busca trazer à tona: nossa inteligência curativa. 

Atualizado 23/10, 4h45am
Texto: Diego Ponce de Leon
Foto: Arquivo pessoal da autora