A Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF) realiza, entre os dias 22 e 26 de setembro, a 2ª Semana da Inclusão, Diversidade e Saúde Mental numa perspectiva interseccional. A programação ocorre no Campus Norte e é aberta ao público. O evento reúne especialistas em painéis e atividades voltadas à promoção de um ambiente universitário que considere múltiplas dimensões da experiência estudantil.
Durante a semana, será lançado o projeto de extensão Saúde em Foco: Reflexões e Ações, que propõe oficinas e práticas voltadas à saúde integral. A iniciativa parte da compreensão de que os desafios enfrentados por estudantes não se limitam ao desempenho acadêmico, mas envolvem fatores sociais, psicológicos e institucionais.
A gerente de Assistência e Humanização Estudantil da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário da UnDF, Raquel de Alcântara, destaca que a abordagem crítica é essencial para compreender os mecanismos que sustentam a exclusão. Segundo ela, “a visão crítica nos capacita a questionar as estruturas e normas que perpetuam a exclusão, como também os processos de medicalização de questões sociais”.
Raquel também aponta que a lente interseccional permite reconhecer que identidades como gênero, raça e deficiência se sobrepõem, gerando experiências combinadas de discriminação e vulnerabilidade. A proposta da semana é engajar toda a comunidade universitária — estudantes, docentes e servidores — na construção de um espaço que assegure acessibilidade e permanência.
A Gerência de Assistência e Humanização Estudantil (GAHE) atua como ponto de apoio à trajetória acadêmica dos estudantes. O setor oferece acolhimento, escuta, orientação e encaminhamento, conforme as demandas apresentadas. Atualmente, cerca de 200 estudantes são atendidos por projetos da gerência ou por meio de apoio individualizado.
O público assistido inclui alunos com necessidades educacionais específicas, com transtornos psicológicos ou psiquiátricos, em condições temporárias relacionadas à saúde ou à pedagogia, além de estudantes que enfrentam dificuldades de adaptação à vida universitária ou barreiras de inclusão ligadas a fatores étnico-raciais, gênero, idade, localização geográfica ou vulnerabilidade socioeconômica.
A programação da semana busca consolidar práticas institucionais que considerem essas múltiplas dimensões, promovendo ações que dialoguem com os desafios contemporâneos da educação superior.