Nos últimos anos, a palavra “Kundalini” vem ganhando espaço em rodas de conversa sobre espiritualidade, práticas integrativas e terapias de autoconhecimento. Mas, afinal, o que é essa energia tão mencionada por quem busca uma vida mais conectada consigo mesmo?
Kundalini é um conceito milenar da tradição iogue que representa a energia vital latente no corpo humano. Segundo ensinamentos antigos, ela permanece adormecida na base da coluna vertebral, na região conhecida como chakra raiz. Quando despertada, essa energia percorre a coluna em direção ao topo da cabeça, ativando e harmonizando os chakras — centros de energia sutil — e promovendo uma verdadeira revolução interna: física, emocional, mental e espiritual.
Ao contrário do que muitos imaginam, a ativação da Kundalini não é um processo místico ou reservado apenas a iniciados. Hoje, práticas voltadas ao despertar dessa energia vêm sendo incorporadas em espaços terapêuticos, retiros e até clínicas integrativas. Técnicas como respiração consciente, meditação, yoga, uso de sons e movimentos espontâneos do corpo são algumas das formas mais comuns de ativar essa energia, sempre respeitando o ritmo e os limites do praticante.
Um diferencial contemporâneo tem sido a abordagem “trauma-informed”, que adapta a experiência para pessoas com histórico de traumas emocionais, tornando a jornada mais segura e acolhedora. Nessa perspectiva, o foco não está em provocar uma catarse imediata, mas em criar espaço para que o corpo e o sistema nervoso se autorregulem com gentileza.
Os relatos de quem passa por esse processo são variados: sensação de leveza, estados meditativos profundos, clareza mental, liberação de emoções reprimidas, aumento da vitalidade e até mudanças no modo de ver a vida. Não se trata de uma cura milagrosa, mas de um reencontro com partes esquecidas ou adormecidas da própria existência.
O interesse crescente pela Kundalini reflete uma tendência atual: a busca por experiências mais profundas, que integrem corpo, mente e espírito. Em um mundo marcado por excesso de informação e estímulos externos, voltar-se para dentro tem sido o caminho de muitas pessoas em busca de equilíbrio, propósito e bem-estar.