O “banho de balde”, uma técnica desenvolvida em 1997 na Holanda, está sendo utilizada com sucesso no Hospital de Base (HB) para ajudar na recuperação de bebês submetidos a cirurgias ou procedimentos médicos mais agressivos. Recomendada pelo Ministério da Saúde, a técnica vem sendo adotada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do HB há três anos. Os pediatras do HB agora vêm atuando para que hospitais públicos de outros estados também adotem essa método, inspirada numa tradicional banheira de origem japonesa: o ofurô.

O “banho de balde” é o que o próprio nome diz: o bebê é banhado num balde com água morna. A ideia é simular os estímulos e as sensações que o recém-nascido sentia quando ainda estava no útero da mãe. Alguns minutos na água morna proporcionam relaxamento, tranquilidade e segurança. A terapia permitiu que o bebê Miguel Silva, de três meses, estivesse naturalmente tranquilo para ser operado.

Miguel nasceu com insuficiência respiratória. Teve que ser intubado. Ao ser extubado, passou a ter crises de choro, irritação e falta de sono. Foram 20 dias nessa agonia até que o bebê fosse operado para corrigir o volume do diafragma, que comprimia os pulmões.

Na véspera da cirurgia, para acalmá-lo, os pediatras recorreram ao “banho de balde”. “Só foi entrar no banho que ele já melhorou, ficou mais calmo e disposto”, conta Janiffer Silva, 23 anos, mãe de Miguel. Logo depois, ao sair do banho, o bebê caiu no sono. “Ele conseguiu dormir por três horas seguidas”, relembra.

Com o bebê mais tranquilo, a cirurgia pôde ser feita. “Foi um sucesso total”, comemorou Janiffer. “Agora só estou aguardando o restabelecimento completo dele para irmos pra casa”. E ela garante: vai comprar um balde para Miguel tomar banho.

Como funciona a técnica

O método é simples: basta um balde (de metal ou de plástico) em formato oval e cheio de água morna, com temperatura entre 36°C e 37°C. O espaço e o conforto térmico fazem com que o bebê se sinta na barriga da mãe.