Segundo o documento “Aesthetic/Cosmetic Procedures performed in 2023“, publicado pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), a redução de gordura esteve entre os tratamentos não cirúrgicos mais procurados, com mais de 14 mil procedimentos realizados no Brasil. Em meio a esse cenário, a fotobiomodulação surge como uma tecnologia que pode ser integrada a protocolos de tratamento voltados para gordura localizada.
Publicado no periódico Journal of Cosmetic Dermatology, o artigo intitulado “Clinical protocol effects with LED photobiomodulation for reducing adipose tissue in the abdomen region” avaliou os efeitos da luz LED sobre o tecido adiposo abdominal em um grupo de mulheres. As autoras utilizaram protocolos com emissão da luz vermelha (630 nm) e infravermelha (850 nm) de forma consecutiva, utilizando uma plataforma de luz terapêutica que possibilita a emissão de diferentes comprimentos de onda.
“O estudo demonstrou redução significativa da circunferência abdominal, melhora da firmeza da pele e aumento da deposição de colágeno em apenas dez sessões de tratamento, utilizando a fotobiomodulação com emissão de luz LED. Tais achados reforçam a capacidade de interação da luz LED com os diferentes tipos celulares e demonstram que, com o uso dos parâmetros corretos, é possível conquistar resultados clínicos interessantes, uma vez que se trata de um recurso terapêutico não invasivo”, explica a Dra. Patricia Brassolatti, fisioterapeuta, doutora em Biotecnologia e uma das responsáveis pela condução da pesquisa.
De acordo com Michele Nishioka, mestre, fisioterapeuta, coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da IBRAMED e também autora do estudo, os resultados não se limitaram à avaliação visual. “Os dados histológicos confirmaram efeitos celulares relevantes, como aumento de fibroblastos e presença de macrófagos no tecido subcutâneo”, relata.
Equipamento utilizado na pesquisa
O equipamento utilizado na pesquisa foi o Antares, dispositivo de emissão de luz LED utilizado para fins terapêuticos. O modelo conta com tecnologia de LED de alta intensidade, diferentes comprimentos de onda e um aplicador com controle de potência e tempo de exposição, permitindo a adequação do protocolo de acordo com o objetivo terapêutico, conforme mostra no site da Ibramed. Segundo as autoras, esses recursos viabilizaram a aplicação dos parâmetros definidos na pesquisa de forma segura, contribuindo para os resultados observados. O objetivo foi verificar se a tecnologia poderia contribuir não apenas para efeitos estéticos, mas também para a organização funcional dos tecidos.
O que é fotobiomodulação?
A fotobiomodulação é uma técnica que utiliza diferentes tipos de luz para interagir com estruturas celulares e estimular reações biológicas específicas. A depender do comprimento de onda, a luz pode atingir camadas superficiais ou mais profundas da pele, promovendo desde o aumento da circulação local até estímulos em mitocôndrias e liberação de enzimas. É possível trabalhar com luz vermelha, infravermelha, verde ou âmbar, cada uma com aplicações específicas, segundo o guia de fotobiomodulação, que reúne informações sobre mecanismos, aplicações e protocolos combinados. De acordo com a Dra. Patrícia Brassolatti, a fotobiomodulação tem sido utilizada em protocolos estéticos voltados ao tratamento da acne, rejuvenescimento facial, redução de gordura localizada, áreas hiperpigmentadas e cuidados no pós-operatório de cirurgias plásticas. Além disso, no campo da reabilitação física, a técnica pode ser indicada para auxiliar em processos inflamatórios, proporcionar alívio de dores articulares e musculares, favorecer a cicatrização tecidual e contribuir para a melhora da circulação.
Conexões com a prática profissional
“Para nós, a produção científica é o que valida e qualifica toda tecnologia que chega ao mercado. Investir em estudos é investir na segurança do paciente e na valorização do profissional”, afirma José Ricardo de Souza, presidente-executivo da IBRAMED.
Para quem deseja se aprofundar na técnica de forma acessível e aplicada ao dia a dia clínico, a IBRAMED disponibiliza um conteúdo complementar: “LED e Redução de Gordura Localizada: o Que Diz a Ciência Sobre a Fotobiomodulação?“.