Casas impressas em 3d começam a ganhar espaço como alternativa à construção convencional. A tecnologia, que utiliza grandes impressoras para erguer paredes em poucas horas, promete redução de custos, rapidez e impacto ambiental menor. O método já é realidade em países como Estados Unidos e Holanda, e chega gradualmente ao Brasil.

Nos Estados Unidos, projetos sociais já entregaram residências de cerca de 60 m² em prazos até 70% menores do que os modelos tradicionais. O custo médio estimado parte de 195 mil dólares, ainda elevado para a realidade brasileira, mas competitivo no mercado norte-americano.

No Brasil, experiências acadêmicas e privadas confirmam o potencial. No Rio Grande do Norte, em 2020, foi finalizada a primeira moradia feita em impressora 3D. Em Caxias do Sul (RS), outra iniciativa construiu uma casa de 80 m² em apenas 60 horas, com redução de 30% no custo total e aproveitamento otimizado de materiais. O processo já prevê espaços para tubulações elétricas e hidráulicas, além de garantir isolamento térmico e acústico.

Especialistas afirmam que a sustentabilidade é um dos principais diferenciais da impressão 3D. A construção civil responde por cerca de 34% das emissões globais de CO₂, e a tecnologia pode reduzir esse índice por eliminar desperdícios. Além disso, há potencial para atender a programas habitacionais e facilitar o acesso de famílias de baixa renda à moradia.

Entre os desafios, estão a falta de normas técnicas específicas e o alto custo inicial das impressoras, que limita a produção em larga escala. Universidades e empresas trabalham para adaptar a tecnologia às exigências brasileiras e buscar aprovação dos órgãos reguladores.