Terminou ontem a 17ª edição da Campus Party Brasil, a primeira realizada no Distrito Federal. Durante cinco dias, o Estádio Mané Garrincha recebeu atividades voltadas à tecnologia, inovação, empreendedorismo e STEM, em uma programação que ocupou tanto a Arena quanto a área gratuita. O evento, realizado em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal (SECTI-DF), Fundação de Apoio a Pesquisa(FAP-DF) e o Governo do DF, reuniu mais de 150 mil pessoas na área aberta ao público, além de contar com mais de 15 mil campuseiros e a participação de mais de 3.500 alunos da rede pública do DF em atividades imersivas dentro da Arena.
“O sucesso da 17ª edição da Campus Party Brasil no Distrito Federal reforça a importância de levar o maior festival de tecnologia do país para Brasília, um centro estratégico de inovação e política pública. É um orgulho conectar pessoas, talentos e ideias em um lugar que pode influenciar o futuro tecnológico do Brasil. Além disso, o Fórum do Marco Regulatório de Inteligência Artificial mostrou como a discussão sobre a regulamentação da IA é essencial para garantir avanços responsáveis, seguros e inclusivos para toda a sociedade. Nosso papel, enquanto Campus Party, é justamente criar pontes e garantir que a sociedade civil esteja presente e ativa nesse debate, ajudando a construir políticas públicas mais conectadas com a realidade”, ressalta Francesco Farruggia, fundador da Campus Party.
A capital do Brasil foi palco de conteúdos voltados ao empreendedorismo, tecnologia, games, entre outros temas. O principal destaque desta edição foi a realização da 4ª edição do Fórum do Marco Regulatório de Inteligência Artificial. Com a participação da sociedade civil, academia, empresários e políticos, o encontro gerou diversos debates sobre o uso dessa nova tecnologia.
Durante esta edição do Fórum, o grande destaque foi a participação do idealizador da Lei de IA da União Europeia, Gabrielle Mazzini. O espaço, correalizado pelo Instituto Cappra, ITS-RJ e pelo professor Sandeco Macedo, estabeleceu premissas a partir de mesas-redondas e discussões envolvendo líderes de comunidades e caravanas, professores, campuseiros, especialistas em IA e representantes de organizações públicas e privadas.
Arena
Com uma programação exclusiva, a Arena — área paga da CPBR17 — recebeu mais de 15 mil campuseiros, que contaram com conexão de 20 GB de internet. Cerca de 3mil pessoas acamparam no local e participaram de mais de 500 palestras e atividades.
Entre os conteúdos voltados à ciência, tecnologia e políticas públicas, a Arena também sediou o debate “Potência regional: a contribuição das políticas locais de Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento nacional”, que reuniu o apresentador Marcelo Tas, o secretário-geral do Governo de Goiás, Adriano da Rocha Lima, e André Macedo Santana, Secretário de IA Economia Digital, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Piauí.
Ao longo dos seis dias de evento, os palcos What’s Next, Petrobras e Serpro receberam nomes como Iberê Thenório, Caito Maia, Gustavo Guanabara, Sérgio Sacani, Maíra Donnici, Tiago Mochileiro, Gordox, Muca Muriçoca, Camila Farani, Gabriela Bilá, Bruno Playhard, Carlos Afonso, entre outros.
Arena Open
O espaço aberto e gratuito ao público contou com atrações como a Campus Kids, promovida pelo Instituto Campus Party e curadoria do projeto Include. No local, crianças tiveram o primeiro contato com inteligência artificial por meio do workshop “Crie seu primeiro jogo com IA”. Além disso, participaram de oficinas para criação de um sistema que transforma vibrações sonoras em desenhos luminosos, construção de um robô rabiscador que desenha sozinho e montagem de uma máquina de pinball com materiais recicláveis — atividades que aliaram diversão e criatividade.
“A Campus Kids é um espaço onde as crianças exploram ciência, tecnologia e criatividade de forma prática e divertida. Mais de 300 participantes colocaram a mão na massa. Ao final, cada criança pôde levar seu projeto para casa, ampliando a experiência além do evento e inspirando quem está ao redor”, explica Sidiane Zanin, presidente do Instituto Campus Party.
A Arena Open também recebeu a Campus Play, com campeonatos de eSports, palestras e workshops, e a Arena Drones, que reuniu interatividade, criatividade e tecnologia de ponta. Outro destaque do espaço gratuito foi a Robocore, com batalhas de robôs que reuniram 800 participantes de todas as regiões do Brasil. Já o Printer Chef — competição gastronômica com pratos criados a partir de alimentos vegetais moldados em impressora 3D — apresentou a Missão Printer Chef by Prof. Guanabara, uma fusão entre o universo geek e a gastronomia, que ainda permitirá ao público atuar como jurado na grande final da disputa.
Próximas edições
Segundo a organização da Campus Party Brasil, estão previstas novas edições em Sergipe, Piauí, Pernambuco e Goiás.
Confira os resultados das principais competições da CPBR16:
Printer Chef
A Campus Party Brasil 17 foi palco de mais uma edição do Printer Chef, a competição gastronômica que desafia os participantes a criarem pratos com alimentos moldados por impressoras 3D. Desta vez, Brasília sediou a final nacional do torneio. Entre os dias 19 e 21 de junho, foram realizadas as seletivas do Distrito Federal, que consagraram o chef Ana Paula Gomes Ribeiro como vencedora local. Ela também venceu a edição nacional que contou com os campeões das etapas regionais de Pernambuco e Goiás.
Campus Play
A Campus Play sediou quatro torneios de eSports, que juntos distribuíram uma premiação total de R$ 10 mil. No campeonato de EA FC, o grande campeão foi João Victor. No torneio de Free Fire, a equipe vencedora foi Star Game. A competição também contou com disputas de League of Legends, e de Counter-Strike 2 (CS2), cujo título ficou com EH Taca.
Hackathons
A Campus Party Brasil também promoveu três hackathons, com atividades, palestras e mentorias que integraram os participantes em jornadas intensas de inovação. O primeiro desafio foi o “Mulher Mais Segura”, voltado à criação de ideias para ampliar a proteção e o acolhimento de mulheres. A equipe vencedora foi Violet.
O segundo hackathon, “Cidadão Mais Seguro”, desafiou os participantes a simular uma investigação forense a partir de evidências digitais. A solução escolhida foi de Thiago de Souza Filgueiras.
Encerrando a programação, o desafio “Cidade Mais Segura” teve como foco o desenvolvimento de soluções com uso de inteligência artificial para tornar os espaços urbanos mais seguros. A equipe vencedora foi Devs do Futuro.