Nesta quinta-feira (05/06), a deputada Paula Belmonte (Cidadania), presidente da CPI do Rio Melchior, acompanhada pelo vice-presidente Joaquim Roriz Neto (PL) e pelo deputado Rogério Morro da Cruz (PRD), realizou uma visita técnica à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Melchior, em Samambaia. A unidade, administrada pela Caesb, recebe esgoto de Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras, Vicente Pires e Samambaia.

Preocupação com o volume de efluentes no rio

Durante a visita, Paula Belmonte destacou a desproporção entre a vazão natural do Rio Melchior (750 litros/segundo) e o volume de efluentes tratados despejados pela Caesb (1.400 litros/segundo). A parlamentar também chamou atenção para os impactos de outros poluentes, como os resíduos do aterro sanitário de Samambaia e de abatedouros da região.

“Há uma desproporcionalidade muito grande. Além disso, o rio recebe outros efluentes que agravam a situação”, afirmou Belmonte.

Tecnologia de tratamento e desafios

A ETE Melchior utiliza o sistema Unitank, um método biológico que remove matéria orgânica por meio de microrganismos. Pesquisadores questionaram se a osmose reversa não seria mais eficiente, mas a Caesb garantiu que o método atual segue padrões internacionais e normas do Conama.

A deputada Paula Belmonte também questionou a afirmação da Caesb de que 100% do esgoto do DF é tratado, lembrando que áreas irregulares ainda enfrentam dificuldades.

Próximos passos da CPI

As amostras coletadas durante a visita serão analisadas e farão parte do relatório final da CPI. Paula Belmonte anunciou que a comissão visitará a Adasa para verificar a fiscalização do rio e um frigorífico que despeja efluentes no Melchior.

A próxima reunião da CPI está marcada para 12/06.

Foto: Ângelo Pignaton/Agência CLDF